Casa Marx é inaugurada em Montevidéu

Na última sexta-feira, 9 de maio, e com a presença de um público numeroso, especialmente de muitos jovens, foi inaugurada a Casa de Cultura e Ideias Socialistas KARL MARX Montevidéu. A iniciativa foi impulsionada pelo coletivo de Mulheres Pan y Rosas, Izquierda Diario Uruguay e a Corriente de Trabajadores por el Socialismo (CTS), com o objetivo de contribuir para a confluência entre arte, cultura e socialismo. A Casa Marx Montevidéu junta-se a outras já existentes na América Latina e na Europa, como as de São Paulo, Barcelona e Neuquén.

A proposta busca que artistas possam desenvolver sua arte sem amarras sociais e com um compromisso social, de forma a vincular a arte e a cultura à luta por transformar radicalmente a sociedade.

Karina Rojas, do coletivo de mulheres Pan y Rosas, foi a apresentadora e moderadora do evento, ressaltando a importância de contar com uma Casa com essas características, para que mulheres trabalhadoras possam organizar palestras e debates, assim como eventos culturais ligados à luta pelo fim da opressão de gênero e de sexualidades. Karina também destacou a necessidade de recolocar no centro do debate a perspectiva da revolução e da transformação profunda da nossa sociedade.

A atividade contou com a participação e saudações de diversas personalidades, entre elas integrantes da organização de DDHH Plenaria Memoria; a Coordinación por Palestina en Uruguay e integrantes de Espacios Libres de Apartheid.

Durante o evento foi mencionada a situação de Anasse Kazib, trabalhador ferroviário francês e integrante do grupo Revolução Permanente, que está sendo criminalizado por ter feito uma publicação em apoio ao povo palestino.

Os presentes também expressaram solidariedade a Raúl Torres, dirigente do sindicato Soofrica del Frigorífico Canelones, perseguido e demitido pela empresa.

A exposição fotográfica contou com imagens de Martha Paseggi, Hector Tierno, Lambedata e Camila Martínez; os murais foram realizados por Juan Carlos Quijano, Julio Vidal e Ricardo Curcho. O encerramento artístico ficou por conta de Inés Trabal, integrante da Coordinación por Palestina, que leu poemas, e Satia Cajtak, com sua música e arte.

Convidados especiais da Argentina

Na noite de sexta-feira, destacou-se a presença de Andrea D’Atri, fundadora do Pão e Rosas na Argentina, dirigente do Partido de Trabajadores Socialistas (PTS) e atual legisladora na Cidade de Buenos Aires pelo PTS na Frente de Esquerda e dos Trabalhadores – Unidade (FIT-U), que vem enfrentando as políticas de discriminação, xenofobia, misoginia e ataque ao movimento da diversidade sexual promovidas pelo governo de Milei.

Em sua saudação, Andrea D’Atri ressaltou a importância de construir uma organização política que não apenas enfrente a ultradireita, mas que também se apresente como alternativa às políticas reformistas e do “mal menor”, que se contentam com melhorias parciais e com as migalhas deixadas por este capitalismo decadente.

Também dirigiu algumas palavras ao público Carlos “Titin” Moreira, dirigente do movimento de aposentadas e aposentados da Argentina e dirigente nacional do PTS, que lembrou a luta contra o fascismo e, ao mesmo tempo, a necessidade de construir organizações revolucionárias. “Titin” Moreira destacou a importância de unir a experiência das gerações passadas — que enfrentaram a tortura e a repressão das ditaduras — com a força das novas gerações, como os estudantes da Universidade Columbia nos Estados Unidos, que se solidarizam com a Palestina, ou a juventude precarizada e os estudantes que, na Argentina, defendem a educação pública.

Ao final do evento, os presentes foram convidados a se apropriar da CASA MARX e construir um espaço de lazer e recreação para a juventude.